segunda-feira, 1 de março de 2010

CIBERCULTURA - COMO LIDAMOS COM O CONHECIMENTO EM TEMPOS DE INTERNET



Em tempos de internet...


Um grande amigo, Geovani Monteiro, me convidou para juntos escrevermos um livro, de início fiquei um pouco temerosa, mas como gosto dos desafios conversamos muito e planejamos dar seguimento à esse projeto.
O tema é "CIBERCULTURA E EDUCAÇÃO", assunto que ele tem estudado e pesquisado nos últimos tempos já que tem uma visão voltada para o processo educacional,então faremos uma parceria pois além da relação desse conhecimento veiculado na internet que influencia diretamente no processo educacional eu estudo as influências comportamentais e fenômenos psicológicos que muito me interessam e atuam dentro do processo educacional na aquisição do conhecimento dentro desse contexto.
Confesso que faz um bom tempo que sinto esse desejo, começar a colocar no papel, ou melhor, no "word" rsrsrs, minhas idéias e com meu amigo penso que será ainda uma tarefa mais prazeirosa e edificante.
Discutimos sobre cibercultura e educação, essas intrínsecamente ligadas, e em como o saber se constrói por meio das relações indivíduo- internet - busca de informação -, e como o conteúdo disponível na internet pode influenciar em suas escolhas na busca do conhecimento.
Em nossa era passamos por profundas transformações advindas do fácil acesso à conteúdos diversificadíssimos ao toque do teclado, pela internet.
E me vêm a pergunta :

- Estamos nós preparados para absorver de forma crítica e construtiva toda essa gama de conhecimentos que se nos vêem em frações de segundos?

Passamos por muitas transformações e muitas delas são influências do que vemos veicular na internet, penso que somos afetados diretamente por essa imensa gama de conhecimento que nos vêm muitas vezes sem filtragem, sem crítica pois estamos perdendo em muito nossa noção de relação com o tempo que nos rege, essa nova geração que chamarei aqui de "geração internautica" não tem tolerância de espera, ou seja, por termos essa facilidade de obter informação em fração de segundos ao simples toque de um dedo e também por essa profunda imersão que faz com que muitas vezes troquemos nossas relações reais por relações virtuais, muitas vezes baseadas em projeções do que queremos do outro que está quem sabe a milhares de quilômetros de distância, mas que ao mesmo tempo podemos ver, ouvir e interagir, estamos perdendo a capacidade de interagir com nosso meio, estamos perdendo a capacidade de tolerância para esperar o tempo oportuno ou ideal para que as coisas fluam, que é o tempo necessário para que nosso cérebro receba, filtre e assimile o conhecimento recebido.
Um bom exemplo é o tempo que passamos à frente de um semáforo, temos a sensação de que que ali passamos um tempo interminável e isso nos impacienta, não percebemos que nós é que estamos sofrendo uma profunda transformação que altera nosso limiar de tolerância ao tempo, o tempo de viver com qualidade podendo sorver da vida o que ela pode nos trazer de bom, não observamos o mundo, nossa visão se volta para uma tela e é ela que nos dá amplitude de mundo por uma sucessão infinda de imagens com as quais nosso cérebro é "bombardeado".
Estamos negligenciando o prazer de observar a flor que desabrocha na beira da estrada exalando seu doce e suave perfume inundando de cor o horizonte lá adiante, ouvindo os sons da natureza.
Nossa relação com o mundo, com nós mesmos e com o outro está se estreitando, então novamente eu pergunto:

- Como seremos afetados em nossa relação com o mundo e com o saber que pressupõe uma interação equilibrada com o mundo real e não somente virtual?

A internet está presente em quase todos os âmbitos de nossa vida, porém existe uma preocupação de como iremos direcionar e captar todo esse conhecimento de forma seletiva e como iremos administrar nosso tempo de forma adequada em frente dessa máquina maravilhosa cuja benéce, se assim for, resultará em crescimento e conhecimento, desenvolvimento individual e também coletivo nessa relação com o mundo, conhecimento, educação e saber.
Nosso estudo terá como base um breve histórico do surgimento da internet e também em como esse veículo de comunicação e transferência de "conhecimentos" tem afetado as relações humanas e sua relação específica com a aquisição do mesmo, especificamente em como esse conhecimento poderá levar à adequada aprendizagem, resultado de uma educação de qualidade por uma visão crítica sobre nossa relação com a internet tirando dela o que ela tem de melhor.
A internet acima de tudo deve atuar como agente de inclusão social, essa garantida pela democratização de acesso à todos, caso contrário poderá converter-se em agente de exclusão e dominação, como muitos veículos de hoje e de outrora que nos trouxeram o conhecimento muitas vezes limitado por uma censura que agia mais como punitiva e diretiva em pról de interêsses sociais de grupos específicos, persuandindo e dominando.
Finalizando esse breve texto, penso que precisamos nos dar tempo para podermos de fato absorver e rever o que de fato temos aprendido e que tipo de conhecimento nos têm afetado em tempos de internet.
Se ela tem agido à nosso favor ou contra nosso próprio desenvolvimento e relação com o saber.

Bjs!

Nilcéia Antonioli

Um comentário:

  1. Oi Nil, há quanto tempo.,..como estás?
    Olha, esse tema tem relação com minha área de pesquisa acadêmica, gostaria de contribuir com a discussão. Espera só minha vida assentar um pouco, tô pegando um rabo de foguete atrás do outro por aqui.

    Beijão

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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