Pergunta a Osho:
Eu acho que entendo o que quer dizer quando afrima que não é o amor que fere. No entanto o tipo de amor de que está falando não é fácil de encontrar. Por isso o processo de aprendizado e de crescimnto rumo a um amor mais maduro é muitas vezes extremamente doloros. A dor é simplesmente uma parte inevitável do crescimento?
O crescimento é doloroso porque você tem evitado muitas dores na sua vida. Evitando-as você não as destrói, elas vão se acumulando. Você continua engolindo as duas dores e elas permanecem no seu organismo. è por isso que o cresimento é dolororoso; quando começa a crescer, quando decide crescer, você tem que encarar todas as dores que reprimiu. Não pode simplesmente contorná-las.
Eu acho que entendo o que quer dizer quando afrima que não é o amor que fere. No entanto o tipo de amor de que está falando não é fácil de encontrar. Por isso o processo de aprendizado e de crescimnto rumo a um amor mais maduro é muitas vezes extremamente doloros. A dor é simplesmente uma parte inevitável do crescimento?
O crescimento é doloroso porque você tem evitado muitas dores na sua vida. Evitando-as você não as destrói, elas vão se acumulando. Você continua engolindo as duas dores e elas permanecem no seu organismo. è por isso que o cresimento é dolororoso; quando começa a crescer, quando decide crescer, você tem que encarar todas as dores que reprimiu. Não pode simplesmente contorná-las.
Você foi criado da maneira errada. Infelizmente, até hoje, nunca existiu uma sociedade neste planeta que não tenha reprimido a dor. Todas as sociedades dependem da repressão. Elas reprimem duas coisas: uma é a dor, a outra é o prazer.
E reprimem o prazer também por causa da dor. O raciocínio delas é que, se você não for muito feliz, nunca se sentirá muito infeliz; se uma grande alegria for destruída você nunca viverá numa dor profunda. Para evitar a dor, elas evitam o prazer. Para evitar a morte, elas evitam a vida.
E essa lógica tem uma razão de ser. As duas coisas crescem juntas; se quer ter uma vida de êxtase, você tem que aceitar muitas agonias. Se quer os picos do Himalaia, você tem que ter também os vales.
Mas não há nada de errado com os vales; o modo de você encará-los é que precisa mudar. Você pode gostar de ambos — os picos são maravilhosos, mas os vales também. E existem momentos em que a pessoa precisa apreciar os picos e há outros em que ela precisa relaxar nos vales.
Os picos são banhados de sol, há um diálogo com o céu. Os vales são sombrios, mas sempre que quer relaxar você precisa ir para a escuridão dos vales. Se quer chegar aos picos, você precisa lançar raízes no vale; quanto mais profundas elas forem, mais altas serão as árvores. A árvore não pode crescer sem raízes e estas precisam se infiltrar profundamente no solo.
A dor e o prazer são partes intrínsecas da vida. As pessoas têm tanto medo da dor que elas a reprimem, evitam qualquer situação que lhes traga dor; vivem esquivando-se dela. E acabam chegando à conclusão de que, se querem evitar a dor elas têm de evitar o prazer também.
É por isso que os seus monges evitam o prazer — eles têm medo dele. Na verdade, estão simplesmente evitando todas as possibilidades de dor. Eles sabem que, se evitarem o prazer, farão que seja naturalmente impossível ter uma grande dor; a dor é só uma sombra do prazer.
Então você caminha pelas planícies; nunca escala os picos e nunca mergulha nos vales. Mas a partir daí você passa a fazer parte dos mortos-vivos, você não está mais vivo. A vida existe entre essa polaridade. Essa tensão entre dor e prazer o torna capaz de compor uma grande música; a música só existe nessa tensão.
Destrua a polaridade e você ficará embotado, envelhecido, desinteressante. Você não verá nenhum significado na vida nem conhecerá o seu esplendor. Deixará que ela passe em branco. A pessoa que quer conhecer a vida e vivê-la precisa aceitar e abraçar a morte. Elas vêm juntas, são os dois aspectos de um único fenômeno.
É por isso que o crescimento é doloroso. Você precisa olhar de frente todas essas dores que sempre evitou. Isso dói. Você precisa enfrentar todas essas feridas que, de algum modo, conseguiu ignorar.
Mas quanto mais fundo mergulhar nas suas dores, maior será a sua capacidade de mergulhar no prazer. Se você conseguir chegar ao limite da dor, será capaz de tocar o céu.
Ouvi falar que um buscador procurou um mestre zen e perguntou, “Como posso evitar o calor e o frio?”
Do ponto de vista metafórico, ele estava perguntando, “Como posso evitar o prazer e a dor?” Esse é o modo zen de se falar em prazer e dor: “calor e frio”.
“Como posso evitar o calor e o frio?”
O mestre respondeu, “Fique quente e fique frio”.
Para se livrar da dor, é preciso aceitá-la, inevitável e naturalmente. Dor é dor — um fato simples e doloroso. O sofrimento, porém, é apenas e sempre a recusa da dor, a reclamação de que a vida não deveria ser dolorosa. Trata-se de uma rejeição de um fato, a negação da vida e da natureza das coisas.
A morte é a mente que se preocupa com o morrer. Se não há medo da morte quem está ali para morrer?
O homem é a única criatura com conhecimento da morte e da sua risada. O milagre é que por isso ele pode até fazer da morte algo novo: pode morrer dando risada! E, se você pode morrer dando risada, só assim dará uma prova de que deve viver dando risada.
A morte é a afirmação final de toda a sua vida — a conclusão, o comentário final. O modo como viveu se revelará por meio da sua morte, pelo modo como você morrer.
Você consegue morrer dando risada? Então é porque é uma pessoa adulta. Se morrer chorando, soluçando, se agarrando à vida, então você é ma criança. Você não cresceu, é imaturo. Se morrer chorando, soluçando, se apegando à vida, isso simplesmente mostra que você está evitando a morte e evitou a vida também, com todas as suas dores.
(Osho)
Texto compartilhado via Facebook pelo meu amigo Matheus D. Guedes.